2º “F” – NOTURNO – GRAMÁTICA – PROF. JAMIL JUNIOR.
23/08/2013
MÓDULO 41
279 Orações Coordenadas
EPIGRAMA DO ESPELHO INFIEL
Entre o desenho do meu rosto
e o seu reflexo,
meu sonho agoniza, perplexo.
Ah! Pobres linhas do meu rosto
desmanchadas do lado oposto,
e sem nexo!
E a lágrima do seu desgosto
Sumida no espelho convexo.
(Cecília Meireles)
A No poema acima, há período simples ou composto?
RESOLUÇÃO:
Há três períodos simples ou orações absolutas, pois só há um
verbo em cada oração ["agoniza", "desmanchadas" (com verbo
auxiliar elíptico), "sumida" (com verbo auxiliar elíptico)].
As conquistas da medicina e a melhor alimentação
elevaram sensivelmente a vida média do homem, mas a aids
mata com crueza e a tuberculose voltou a ser quase epidêmica.
(Gilberto Dupas)
B
a) Quantas orações contém o período acima?
RESOLUÇÃO:
Há três orações, cujos verbos são "elevaram", "mata" e a locução
"voltou a ser".
b) As orações funcionam como termos de outras?
RESOLUÇÃO:
As orações não funcionam como termos de outras e cada uma tem
sentido completo.
c) Como se chama a relação que mantêm entre si as orações
independentes de um período?
RESOLUÇÃO:
Chama-se coordenação. Por isso, as orações independentes são
coordenadas umas às outras.
Indique a relação que a oração sublinhada estabelece com
a outra oração do período.
Relações:
a) soma, adição b) oposição c) alternância
d) conclusão e) explicação
( b ) “Fui como as ervas, e não me arrancaram.” (Fernando Pessoa)
( e ) “Não leia no escuro, que faz mal à vista.”
( a ) “Marta não veio nem telefonou.”
( d ) “Ganhas pouco; portanto, procura economizar.”
( b ) “Tanto tenho aprendido, e não sei nada.”(Florbela Espanca)
( c ) “O Antunes das duas uma: ou não compreendia bem ou não ouvia nada do que lhe dizia o seu companheiro.” (Almada Negreiros)
( d ) “As ruas estão molhadas; deve ter chovido, pois.
( e ) Respeita-o; pois ele é teu pai.
( a ) Ele não só estava louco; mas também o sabia.
A oração que não funciona como um termo de outra oração do mesmo período chama-se oração independente. As orações independentes vêm coordenadas entre si e classificam-se co mo mostra o quadro seguinte.
ORAÇÕES COORDENADAS não funcionam como termos de outras orações
ASSINDÉTICAS não vêm introduzidas por conjunção
SINDÉTICAS vêm introduzidas por conjunção
Classificação
aditivas – relação de soma: e, nem, não só... mas também, tanto... como etc.
adversativas – relação de oposição: mas, porém, toda via, contudo, entretanto, no entanto etc.
alternativas – relação de alternância: ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer etc.
conclusivas – relação de conclusão: logo, portanto, por isso, pois [após o verbo], de modo que, por
conseguinte etc.
explicativas – relação de explicação: pois [antes do verbo], porque, porquanto, que etc.
Nota: A conjunção e pode substituir mas, ligando orações de sentidos opostos, ou seja, adversativas: Ela gostou do filme, e ele o detestou. Eles iam passear no bosque, e choveu.
Assinale o período em que não se estabelece relação de adição entre as orações:
a) "Assim como uma boa história precisa de heróis fascinantes,
precisa também de pérfidos e cruéis vilões." (Alexandre Dumas)
b) "A solução dos graves problemas sociais não é papel apenas dos governantes, mas também dos empresários e da sociedade civil." (Zilda Arns)
c) "Além de parecer não ter rotação, a Terra parece também estar imóvel." (Roberto de A . Martins)
d) "Galileu duvidou tanto de Aristóteles quanto das Escrituras." (Fuvest)
e) "Tanto tenho aprendido, e não sei nada." (Florbela Espanca)
RESOLUÇÃO: Resposta: E (oposição)
Reflita sobre as suas bênçãos, pois todas as pessoas as
têm, e não nas passadas infelicidades, porque todas as
pessoas sofreram algumas.
(Charles Dikens)
As orações coordenadas acima, com exceção da primeira
(geralmente assindética e chamada inicial), podem ser classificadas como
a) explicativa, aditiva, conclusiva.
b) conclusiva, adversativa, explicativa.
c) explicativa, aditiva, alternativa.
d) explicativa, adversativa, explicativa.
e) conclusiva, aditiva, conclusiva.
RESOLUÇÃO: Resposta: D
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e
[convocando ao suicídio.
(Carlos Drummond de Andrade)
A locução conjuntiva “não obstante” pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
a) portanto. b) contudo. c) porque.
d) enquanto. e) contanto que.
RESOLUÇÃO: Resposta: B
— Eu também já fui brasileiro
moreno como vocês.
Ponteei viola, guiei forde
e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude.
Mas há uma hora em que os bares se fecham
e todas as virtudes se negam.
(Carlos Drummond de Andrade)
(MACKENZIE) – Assinale a alternativa que apresenta conjunção com sentido equivalente ao de Mas (sexto verso).
a) Anda que anda até que desanda.
b) Não só venceu mas também convenceu.
c) Mas que beleza, Dona Creuza!
d) Atirou-se do vigésimo sétimo andar e não se feriu.
e) Há sempre um “mas” em nossos discursos.
RESOLUÇÃO: Resposta: D
(FUVEST) – Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios adiante citados, o espaço pontilhado não poderá ser corretamente preenchido pela conjunção mas apenas em:
a) “Morre o homem, (…) fica a fama.”
b) “Reino com novo rei, (…) povo com nova lei.”
c) “Por fora bela viola, (…) por dentro pão bolorento.”
d) “Amigos, amigos! (…) negócios à parte.”
e) “A palavra é de prata, (…) o silêncio é de ouro.”
RESOLUÇÃO: Resposta: B
O MUNDO É GRANDE
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa.
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1983.)
(ENEM) – Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de
a) oposição. b) comparação. c) conclusão.
d) alternância. e) finalidade.
RESOLUÇÃO:
Cada oração introduzida pela conjunção e está em relação de oposição com a oração que a antecede. Observe-se, contudo, que não é a conjunção e que “estabelece” essa relação, conforme propõe o enunciado da questão, pois a oposição decorre do sentido das orações em confronto.
Resposta: A
Observe que a conjunção pois pode ser empregada em uma oração coordenada sindética
• explicativa, quando explica a declaração contida na oração anterior. Nesse caso, aparece antes do verbo e pode ser substituída pela conjunção porque;
• conclusiva, quando exprime a conclusão de um raciocínio.
Nesse caso, geralmente aparece depois do verbo e pode ser substituída pela conjunção portanto.
A construção de períodos com orações coorde nadas é mais simples do que a construção de períodos com orações subordinadas. Isso porque a relação que se estabelece entre uma oração coordenada e outra – que são independentes e, portanto, podem ser sepa radas – é menos complexa que a relação de subor dinação em que uma oração inteira funciona como termo de outra. Assim, se observarmos a linguagem infantil, notamos muitas construções com orações coordenadas, devido à sua relativa facilidade, se comparadas às orações subordinadas. Isso não signi fica que os adultos e as pessoas com bom domínio da linguagem não construam períodos com orações coordenadas. Todos usamos orações coordenadas, mas as crianças e as pessoas com pouco domínio da linguagem utilizam-nas com maior frequência, muitas vezes por não conse guirem estabelecer relações mais complexas entre afirmações.
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